A população da cidade mineira de Nanuque, Vale do Mucuri, estimada em 41. 787 habitantes, de acordo levantamento do último censo do IBGE, está revoltada com a atitude da Câmara de vereadores, que no fim do mês de dezembro de 2018, aprovou uma lei que concede férias e pagamento de 1/3 de férias para todos os Edis da Casa de Leis daquela Municipalidade.
Segundo levantamentos, a atual Câmara é composta por 13 vereadores e o Regimento Interno assegura para os Edis recesso parlamentar durante todo o mês de julho e mais recesso desde o encerramento das atividades legislativas que vai do fim do mês de dezembro do ano corrente até fevereiro do ano seguinte, perfazendo um total de 60 dias sem fazer nada, ou seja, somando os dois períodos os parlamentares gozam de 90 dias de boa vida.
Fazendo uma comparação com o Poder Judiciário, Ministério Público e com a Educação que também gozam desse privilégio de recessos nos mesmos períodos, o Poder Legislativo de Nanuque sobressai a todos, pois a período de recesso da Câmara é muito maior do que os outros.
O ex-vereador da cidade, Rivaldo Monteiro, que foi um dos maiores combatentes do desperdício do erário público, tendo reduzido despesas sacramentais e durante sua gestão como Presidente da Casa de Leis devolvido dinheiro do duodécimo para os cofres da Prefeitura e autor de várias denúncias das mazelas da Administração Municipal junto ao Ministério Público, ressalta que isso é um absurdo, uma aberração, uma covardia com o povo de Nanuque.
Rivaldo pontifica que pode até ser legal, mas é infinitamente imoral essa lei, porque os parlamentares já recebem subsídios mensais, mesmo estando sem exercer atividades legislativas durante o gozo do recesso parlamentar. Ele assevera, chega a ser nojento e nefasto o que está acontecendo no parlamento municipal.
Vários cidadãos estão protestando em redes sociais (Facebook, WhatsApp, Instagram) por essa atitude dos vereadores de usufruir de férias e ainda receberem 1/3 de férias, considerando uma covardia, uma ação insana e prejudicial aos cofres públicos e contrária aos interesses da população, que na sua maioria passa necessidades básicas, tendo que assistir essa farra do Poder Legislativo.
Há relatos, que nesse período de recesso parlamentar, pelo menos 10 dos 13 vereadores viajaram para a capital mineira, Belo Horizonte, com diárias pagas pela Câmara de vereadores. Num momento de crise política e financeira que atravessa o país, era hora de ficar em casa e cuidar da cidade que está jogada às traças.
Segundo um cidadão que não quis se identificar, os vereadores de Nanuque deveriam zelar pelas ruas, praças e salários dos servidores públicos municipal que está em atraso há meses e muita gente passando fome. Ao invés disso, os vereadores estão legislando em causa própria e os interesses coletivos ficando de lado. Resume o cidadão, eles foram eleitos para defender os interesses do povo, mas defendem a si mesmos e o povo que se dane.
Isso é muito revoltante porque a cidade está largada, abandonada e jogada às traças, lamenta uma cidadã nanuquense, que preferiu o anonimato. Segundo ela, nunca viu uma Câmara de vereadores tão inerte, composta por mercenários que só pensam neles, abandonando o povo à própria sorte.