Como se não bastasse a aprovação de férias e pagamento de 1/3 de férias, agora os vereadores da Câmara Municipal de Nanuque, no Vale do Mucuri, extrapolaram todos os limites da razão e bom senso, pautando de forma desnecessária a criação de cargos de assessores parlamentares, através do Projeto de Resolução 01/2019, proposto pela Mesa Diretora.
Para quê ninguém sabe, pois, segundo levantamento a Câmara tem Assessoria Jurídica, Assessoria Contábil, Assessoria de Comunicação, Controle Interno e Diretor, os quais auxiliam os Edis nos seus questionamentos e dúvidas na tramitação de projetos e prestam as devidas orientações necessárias.
Em um ambiente de crise política e financeira em que o Brasil atravessa, com escândalos e mais escândalos envolvendo agentes políticos, a atitude dos vereadores não é vista com bons olhos pela população nanuquense, que está boquiaberta e estarrecida com tamanha falta de prudência e compreensão dos seus representantes do Poder Legislativo, considerando isso como um verdadeiro escarcéu.
Rivaldo Monteiro, ex presidente da Câmara, assevera que é um absurdo sem precedentes esse projeto de Resolução apresentado pela Mesa Diretora, uma tremenda falta de respeito com o eleitorado local. Ele pontifica que os eleitores escolheram os seus representantes para cuidarem e zelarem do patrimônio e erário públicos, mas o que veem são os parlamentares causando prejuízo para os cofres da Administração, cuidando e zelando apenas dos interesses pessoais, em detrimento dos interesses coletivos.
Segundo Rivaldo, os vereadores além de receberem os subsídios mensais (salários), recebem também 13º salário, verbas de gabinete (r$ 950,00) e agora gozam de férias e recebem pagamento de 1/3 de férias. Vale lembrar, que durante sua gestão como Presidente da Câmara, Rivaldo promoveu uma verdadeira revolução com reforma do prédio que parecia um pardieiro, aquisição de veículo e devolução do duodécimo para o Município, gerando uma economia na órbita de 300 mil reais em 02 anos de mandato.
É muita mordomia, relata um eleitor, que está indignado com o que está acontecendo na Casa de Leis de Nanuque. Ele ironiza dizendo que não sabe porque está escrito no interior do Plenário “Casa da Cidadania”. Aquilo mais parece um pandemônio, a casa da Mãe Joana, nunca foi a casa do povo, resume o eleitor insatisfeito.
A população denuncia em redes sociais e cobra uma atitude efetiva e enérgica do Ministério Público Estadual, através da sua Promotoria na Comarca de Nanuque, que deveria averiguar essa escabrosa situação e patrocinar uma ação de improbidade administrativa contra a Mesa Diretora, autora da proposta apresentada.
Vale ressaltar, que o filho de Jair Bolsonaro, Presidente da República, Flávio Bolsonaro, ex Deputado Estadual pelo Rio de Janeiro, poderá ser investigado por apropriar da maior parte dos salários dos seus assessores. O COAF, órgão responsável pelo levantamento de movimentações financeiras estranhas, apontou uma série de movimentações financeiras do assessor dele, o ex PM Queiroz, que é sendo acusado de movimentar mais de 1,2 milhões de reais para contas supostamente indicadas por Flávio Bolsonaro, numa prática ilícita comum na ALERJ, para burlar a lei e se beneficiar do dinheiro público.
A pergunta que o povo faz é a seguinte, será que os vereadores de Nanuque estão querendo usar do mesmo subterfúgio de Flávio Bolsonaro, filho do Presidente Jair Bolsonaro? Será que pensam contratar assessores para dar legalidade, amparo e segurança para a “saidinha” de assessor?
Outra questão é saber se o projeto de Resolução 01/2019, apresentado pela Mesa Diretora da Câmara, tem previsão orçamentária na Lei do Orçamento Anual (LOA) do município e qual o impacto financeiro que irá causar para os cofres públicos.